lixão e aterro sanitário

Qual a diferença entre lixão e aterro sanitário? Entenda nesse guia

Fique Sabendo

Para além das óbvias considerações sobre o quão longe o Brasil está de alcançar o fim dos lixões até 2024, uma pergunta importante ressurge, com bastante força. Afinal, qual a diferença entre lixão e aterro sanitário? 

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos 2022 da ABRELPE, no último ano, cerca de 33 milhões de toneladas de lixo foram parar nos 3 mil lixões a céu aberto espalhados pelo país. 

Acredite se quiser, essa quantidade é o bastante para preencher, até o topo, 233 estádios do Maracanã. 

Além do óbvio problema ambiental, todo esse lixo também afeta a saúde de milhões de pessoas, acirrando ainda mais as desigualdades e problemas sociais. 

Nesse sentido, apesar de não ser uma solução perfeita, os aterros sanitários se diferem em níveis de controle e gravidade de impactos em relação aos lixões. 

Nesse artigo, vamos apresentar qual a diferença entre lixão e aterro sanitário e discutir os malefícios desse último em seus mais diversos âmbitos. 

Acompanhe essa importante leitura com a Pixpel!

Índice:


Qual a diferença entre lixão e aterro sanitário?

De forma prática, a principal diferença entre lixão e aterro sanitário é que o lixão é um depósito de lixo a céu aberto, enquanto o aterro sanitário é um depósito de lixo coberto e impermeabilizado.

Entenda melhor cada um deles a seguir: 

Lixão

O lixão é basicamente um grande terreno onde os resíduos são despejados sem nenhum tipo de tratamento ou organização. 

Ou seja, não há separação entre tipos de lixo, nem controle de gás metano ou líquido percolado (chorume). 

Assim, os lixões contaminam o solo, as águas subterrâneas e o ar, além de atrair vetores de doenças como ratos e mosquitos.

💡Leia também: Qual É O Destino Do Seu Lixo Em São Paulo? [Entenda Tudo Sobre]

Aterro sanitário

O aterro sanitário, por sua vez, é uma área de descarte de resíduos onde o lixo é depositado de forma planejada e relativamente segura, em camadas cobertas com terra ou outro material. 

Eles são projetados para minimizar o impacto ambiental, com sistemas para tratamento de chorume e captação de gás metano. 

Por isso, os aterros são menos nocivos do que os lixões, mas ainda assim possuem um certo grau de poluição devido aos resíduos que não são completamente inertes.

Por que o aterro sanitário é mais adequado do que o lixão?

lixao

Antes de mais nada, é preciso entender que os lixões representam um enorme problema social

Afinal, eles surgiram devido à combinação da rápida e descontrolada urbanização e da ausência de sistemas efetivos de gestão de resíduos. 

É importante também perceber que os lixões estão frequentemente localizados em cidades e bairros menos favorecidos, afetando de diversas maneiras a dignidade humana e as condições ambientais desses locais. 

Dessa forma, por não possuir nenhuma estrutura para tratar e diminuir os danos dos resíduos ao meio ambiente e à saúde humana, o lixão é, definitivamente, muito mais poluente que o aterro sanitário. 

Os aterros, apesar de não serem totalmente isentos de poluição, são uma alternativa muito mais segura e controlada para a disposição final de resíduos sólidos.

No próximo tópico explicamos o porquê. Continue acompanhando! 

Como funciona um aterro sanitário?

Como vimos, um aterro sanitário é uma área bem planejada onde o lixo é depositado de maneira controlada. 

O terreno é preparado com uma base impermeável para evitar contaminação do solo e da água, e o lixo é compactado.

O aterro também possui sistemas para coletar e tratar o chorume — líquido poluente gerado pela decomposição dos resíduos —, e para capturar o gás metano.

Esse último, após tratado, é utilizado como energia para abastecer os caminhões movidos a gás natural que coletam lixo, por exemplo. 

Esse é um bom exemplo de economia circular, conceito relevante para empresas e organizações preocupadas com sustentabilidade

Vale pontuar que todo esse processo deve seguir requisitos e normas ambientais determinados em leis e normativas.

Quais os requisitos para construir um aterro sanitário?

Os requisitos e normas ambientais para construir um aterro sanitário são regulamentados pela legislação ambiental brasileira.

Essas normativas são estabelecidas principalmente pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e pelas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) pertinentes à gestão de resíduos e aterros sanitários.

De forma geral, os principais requisitos e normas ambientais para construir um aterro sanitário são:

  • Licenciamento ambiental: deve ser obtido junto aos órgãos ambientais competentes, envolvendo a apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA);
  • Localização adequada: o aterro não deve afetar áreas de preservação permanente, reservatórios de água ou regiões densamente povoadas;
  • Impermeabilização: a base deve ter uma camada de argila compactada ou de material sintético para evitar a contaminação do solo e do lençol freático;
  • Coleta do chorume: sistemas de drenagem e estações de tratamento devem ser instalados para coleta e tratamento do chorume; 
  • Captação de Gases: um dos requisitos é um sistema de coleta e queima controlada ou aproveitamento do gás metano gerado pela decomposição dos resíduos orgânicos;
  • Plano de encerramento: outro requisito essencial é a determinação de um plano de encerramento para quando o aterro atingir sua capacidade total.

Quais são os impactos associados aos lixões?

Como vimos anteriormente, os lixões são locais de descarte de resíduos sólidos sem controle ambiental, e seu impacto sobre o meio ambiente é significativamente negativo. 

Segundo o relatório da ABRELPE citado anteriormente, em 2022, 39% do lixo coletado (cerca de 30 milhões de toneladas) foi destinado a áreas inadequadas, como lixões.

Dada a complexidade desses números, vamos agora explorar os principais problemas associados a esse tipo de descarte. Acompanhe:

Poluição do solo e água

Alguns dos piores tipos de resíduos, como químicos, vidro, metal e o plástico, ainda são depositados em lixões pelo Brasil. 

Em seu lento processo de decomposição, esses resíduos liberam diversos compostos químicos tóxicos, como metais pesados, microplásticos e, é claro, o chorume. 

Nos lixões a céu aberto, todos esses contaminantes acabam indo parar no solo e no lençol freático, causando danos aos ecossistemas e à saúde humana.

Emissão de gases tóxicos

A decomposição de matéria orgânica em ambientes anaeróbicos, típicos em lixões, gera gases como o metano (CH4) e o dióxido de carbono (CO2).

Esses gases, como é de conhecimento geral, contribuem significativamente para o efeito estufa e as mudanças climáticas. 

Para completar, a presença de outros resíduos pode levar à liberação de gases nocivos à saúde humana e à qualidade do ar.

💡Leia também: O Que É Carbono Zero E Carbono Neutro, Net Zero, E Como Diminuir A Emissão De CO2

Riscos de incêndio

Com a liberação de metano e outros gases inflamáveis, e a combinação com materiais inflamáveis, os lixões são suscetíveis a incêndios. 

O grande problema é que esses incêndios, muitas vezes, podem ser difíceis de controlar, liberando fumaça e substâncias tóxicas no ar e agravando o impacto ambiental da área.

Ainda, afetam a qualidade do ar e do solo para as comunidades que vivem por perto. 

Acirramento das desigualdades sociais

Homem em lixão

Os lixões também intensificam as desigualdades sociais, uma vez que a grande maioria deles está localizada próximo a regiões mais carentes, ou com menores índices de desenvolvimento. 

Ainda, pessoas em situação de vulnerabilidade muitas vezes dependem da coleta de materiais recicláveis nesses locais como fonte de renda, e acabam se expondo a condições insalubres e riscos à saúde. 

Já de um ponto de vista econômico (e também imobiliário), o impacto negativo e os riscos ambientais desvalorizam as áreas ao redor dos lixões, prejudicando ainda mais a qualidade de vida e as oportunidades dessas comunidades.

Saiba como a Pixpel contribui para ajudar empresas e organizações a se tornarem mais sustentáveis! 

Conclusão

No artigo de hoje, nossa missão era responder qual a diferença entre lixão e aterro sanitário, explicando os porquês de o aterro sanitário ser melhor que o lixão — apesar de não ser ambientalmente mais eficiente do que a reciclagem. 

Enquanto o lixão é um depósito de lixo a céu aberto, sem nenhuma cobertura ou impermeabilização, o aterro sanitário é um depósito coberto e impermeabilizado. 

Nesse último caso, os resíduos são depositados de forma controlada, para evitar a contaminação do solo e do lençol freático. 

Para concluir, o aterro sanitário é uma solução mais ambientalmente correta do que o lixão. 

Para mais informações e conteúdos sustentáveis como esse, acesse o blog completo da Pixpel

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *